O conjunto de ações realizadas na Atenção Domiciliar requer algumas especificidades nas competências profissionais, contextualizadas neste cenário específico (o domicílio) e coerentes com o cuidado continuado.
A assistência domiciliar consiste numa modalidade de atenção à saúde substitutiva ou complementar às já existentes, caracterizada por um conjunto de ações de promoção à saúde, prevenção e tratamento de doenças e reabilitação prestadas em domicílio, com garantia de continuidade de cuidados.
Algumas considerações devem ser observadas em relação à implementação de competências na assistência domiciliar, onde são intencionalmente amplas, a fim de proporcionar uma base para o treinamento em qualquer profissão da saúde envolvida no cuidado domiciliar.
Desta maneira, cada profissão terá de determinar como as competências serão incorporadas e ensinadas por seus programas de treinamento e medidas pela organização e pelo licenciamento.
Cada competência deve ser considerada no contexto das características únicas e necessidades das pessoas atendidas, com ênfase garantida de ser centrada na pessoa e no cuidado dirigido, preservando dignidade, autonomia e direitos de cada pessoa atendida.
Essas competências precisam levar em conta preferências individuais, etnias, culturas, crenças espirituais e níveis de conhecimento em saúde das pessoas e de seus cuidadores.
Princípios da assistência Domiciliar
Para prestar o cuidado domiciliar, não podemos nos esquecer dos princípios que orientam a Atenção Domiciliar:
- abordagem integral à família;
- consentimento da família, participação do usuário e existência do cuidador;
- trabalho em equipe e interdisciplinaridade;
- estímulos a redes de solidariedade.
Competências profissionais da saúde e segurança
No que diz respeito aos aspectos de promoção de saúde e segurança na assistência domiciliar, a equipe deve estar pronta para:
- promover a saúde física e mental, a nutrição, a função, a segurança, a interação social, a independência e a qualidade de vida;
- avaliar os riscos e barreiras específicas de segurança para pacientes, incluindo quedas, maus-tratos e outros riscos em casa;
- reconhecer os princípios e as práticas do uso de medicamentos de modo seguro, adequado e eficaz;
- aplicar o conhecimento sobre as indicações, as contra indicações, os riscos e as alternativas para o uso de restrições físicas e farmacológicas.
Organização básica dos serviços
Na definição dos papéis e atribuições dos componentes da equipe para a gestão da clínica na Atenção Domiciliar à Saúde, é importante seguir os passos propostos adiante:
- distinguir entre referir ou consultar com qualquer um dos vários profissionais de saúde para alcançar resultados positivos na Atenção Domiciliar;
- avaliar o conhecimento do cuidador e as expectativas do impacto da doença nas necessidades de saúde dos riscos, as manifestações clínicas e o tratamento de condições de saúde;
- identificar os pacientes elegíveis para a Atenção Domiciliar na territorialização;
- classificar a complexidade desses pacientes, identificando em qual modalidade de assistência domiciliar eles se enquadram (AD1/AD2/AD3);
- elaborar um plano de cuidados/projeto terapêutico para cada paciente.
- comunicar e colaborar com as pessoas, seus cuidadores, profissionais de saúde e outros trabalhadores, para incorporar informações específicas no planejamento global e na implementação de cuidados da equipe.
Uma assistência domiciliar de qualidade implica, portanto, a participação ativa da família, dos usuários e dos profissionais de saúde na articulação dos demais níveis de atenção à saúde, bem como o trabalho com os intersetoriais.
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